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Som da Sapucaí é ‘grande prioridade para 2026’, segundo Gabriel David

Passadas duas semanas do último dia de Desfiles do Grupo Especial, Gabriel David divulgou um balanço de seu primeiro Carnaval como Presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa). Apesar de enumerar medidas consideradas positivas, o dirigente admite problemas no som da Marquês de Sapucaí — um dos motivos que embasou, por exemplo, a contestação do rebaixamento por parte da Unidos de Padre Miguel (UPM) — e afirma que esse tópico será a “grande prioridade” para o ano que vem.

— Outra questão que vamos tratar de uma forma ainda mais firme é o Som da Avenida, a nossa grande prioridade para 2026. É o maior desafio do Carnaval desde que o Sambódromo foi construído (em 1984). Seguimos nesse desafio e temos que melhorar. Não foi por falta de investimento neste ano. E não será por falta de investimento no próximo Carnaval — explica Gabriel David em vídeo divulgado em suas redes sociais.

Para tirar um décimo da Grande Rio em Bateria, a Jurada Geiza Carvalho argumentou que os “curimbós soaram baixíssimos na apresentação”. A nota perdida foi crucial para que a escola ficasse em Vice, um décimo atrás da Campeã Beija-Flor. No Desfile das Campeãs, em resposta a isso, o Mestre Fafá posicionou técnicos com microfone bem em cima dos instrumentos que foram colocados na Bateria por conta do Enredo sobre o Pará. A Rainha de Bateria Paolla Oliveira também reagiu a isso no retorno à Avenida, olhando para a cabine de julgadores e perguntando se a jurada havia, enfim, ouvido o som. A Agremiação entrou com um recurso na LIESA.

Ainda sobre o Som, o Presidente da LIESA falou ainda sobre outra reclamação recorrente do público e dos sambistas: que músicas tocadas dentro de camarotes vazaram para a pista. Segundo Gabriel, isso “não pode acontecer em hipótese alguma”. Quatro desses estabelecimentos instalados na Sapucaí foram multados por esse motivo neste ano.

— Para o próximo ano, mais mudanças, mais fiscalização para que isso nem venha a acontecer. Carnaval é um espetáculo para todos. O respeito ao Desfile tem que ser prioridade — completa o Presidente da liga.

Outro problema deste ano foi a logística trânsito na chegada e na saída do Sambódromo, em que, principalmente vans e ônibus de camarotes, tiveram dificuldades para circular no entorno da Passarela do Samba. Gabriel David pontua que está em contato com órgãos públicos, para melhorar essa questão no próximo carnaval.

Pontos positivos: Sambódromo lotado e pista livre

Apesar de enumerar alguns problemas, a publicação de Gabriel David também mencionou pontos a serem comemorados, segundo sua análise. O Sambódromo lotado — com 400 mil pessoas, entre os três dias de Desfiles e o Sábado das Campeãs — e a pista “100% livre”, conforme prometido pelo Presidente da LIESA antes do Carnaval, com uma distribuição mais restrita de credenciais, foram enaltecidos.

A cobertura multimídia da Rio Carnaval e a Passarela retrátil, instalada ao lado do Setor 1, para que prestadores de serviço pudessem passar do lado para o ímpar, para uma travessia “ágil e organizada”, também foram colocados entre as ações positivas deste ano. Além disso, o Desfile Mirim, transferido para a sexta-feira seguinte aos Desfiles — não mais na terça-feira de Carnaval, dia que passou a receber Desfiles das Escolas do Grupo Especial — também foi comemorado, pelo “maior público” dos últimos anos.

Recursos das escolas de samba

Três Escolas de Samba — Acadêmicos do Grande Rio, Unidos da Tijuca e Unidos de Padre Miguel — entraram com recursos, após o Carnaval, para requerer coisas diferentes à LIESA. Nesta terça-feira (18), a LIESA informou que uma reunião interna foi realizada na sede da Entidade, no Centro do Rio. Ficou entendido que tanto o Manual do Julgador, quanto o Estatuto interno, não preveem recursos a notas atribuídas pelos jurados (o que interfere no caso da Grande Rio e da UPM). As Agremiações podem recorrer. Apesar de o assunto não ter sido tratado no vídeo de Gabriel, não foi difícil encontrar comentários de pessoas perguntando sobre o tema.

Andressa Marinho, Rainha de Bateria da UPM — Escola rebaixada que entrou com recurso por entender que a Escola foi “alvo de um ato de intolerância religiosa”, ao se referir à justificativa da jurada Ana Paula Fernandes, de Samba-Enredo, que alegou que havia expressões excessivas em Iorubá — cobrou Gabriel nos comentários da publicação. “E a plenária referente a injustiça no julgamento da UPM?”, escreveu a Rainha. O Boi Vermelho da Vila Vintém também argumentou “incoerências evidentes” no julgamento de outros Quesitos, além de relatar “inaceitáveis 17 minutos” de falha técnica no Som de seu Desfile.

Já a Vice-Campeã Grande Rio requereu um décimo a mais em sua nota final, o que a faria ser declarada Campeã junto com a Beija-Flor. Na apuração, a Escola de Caxias duas notas 9,9 no Quesito Bateria. Como apenas uma nota é descartada, a Grande Rio ficou com um décimo a menos, crucial para perder o Carnaval para a Escola de Nilópolis. As justificativas dos jurados alimentaram a polêmica que já era grande, depois de que foi publicado, no site da LIESA, o mapa com todas as notas deste Carnaval: a segunda nota 9,9 da Grande Rio foi lançada como um 10. A liga afirmou que se tratou de um erro de digitação.

Por fim, a Unidos da Tijuca entrou com recurso por conta de uma multa recebida, de R$ 80 mil, por problemas na Dispersão. A Escola alega que não deixou Alegorias no local, o que teria motivado a punição. Até o momento, no entanto, não foi dado o parecer sobre este caso.

Por João Vitor Costa  — Rio de Janeiro – Extra 100 ANOS DE GLOBO

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