O período que vai do final dos anos 20 até o término da Segunda Grande Guerra (1945) é conhecido como “Época de Ouro”, “Era de Ouro” ou “Fase de Ouro” da Música Popular Brasileira.
Basicamente era a popularização por meio das gravações em disco e do crescimento do rádio. O Brasil moderno daquele período se concentrava no Rio de Janeiro, então Capital Federal. Logo, é natural que os grandes nomes da música surgissem naquele ambiente.
E não é que eram os sambas que faziam mais sucesso, materialização do que depois viria a ser chamado de música popular brasileira? O ritmo nem de longe era o que se viu anos depois, principalmente a partir dos anos 70.
No livro publicado em 1964, Ary Vasconcelos relembra de forma didática de alguns daqueles expoentes. Estão lá Paulo Benjamin de Oliveira (Paulo da Portela), Noel Rosa, Ary Barroso e Lamartine Babo, mas também nomes menos conhecidos e nem por isso não merecedores de crédito, como o ítalo-brasileiro Kid Pepe, Armando Marçal e Roberto Martins.
Alguns exemplos:
Alcebíades Maia Barcelos nasceu eu Niterói (RJ) em 1902. No “mundo do samba”, passou a ser conhecido como Bide. Junto com Ismael Silva fundou em 1926 a Deixa Falar, primeira Escola de Samba de que se tem Notícia Oficial.
Zé da Zilda, ou José Gonçalves, nasceu em Campo Grande, Zona Oeste do Rio de Janeiro em 1906. Segundo Zilda, esposa que lhe batiza a alcunha, defende que o marido e Heitor Catumbi teriam sido os criadores do Samba de Breque.
Kid Pepe era italiano, com nome oficial de José Gelsomino. Veio para o Brasil ainda criança, possivelmente nos anos 10 do século passado. Comum naquele tempo, fez de tudo para ganhar a vida: de vender jornal a lutar boxe. Sua música mais famosa foi “O orvalho vem caindo”, em Parceria com Noel Rosa.
Para quem gosta de pesquisar o que era “o samba antes do samba”, trata-se de Obra de referência, que traz também Grupos musicais e discografia.

Obra: Panorama da Música Popular Brasileira (Volume 2)
Autor: Ary Vasconcelos
Editora: Martins, 1964
* Artigo de autoria de Luiz Sales – Jornalista, especializado em negócios da Comunicação, Planejamento e Gestão de Cidades. Foi responsável pela área de projetos e diretor da SPTuris, tendo atuado para a consecução do empreendimento Fábrica de Samba.
Por Luiz Sales















