Aos 41 anos, Mumuzinho vive um dos momentos mais intensos de sua carreira. O Cantor acaba de lançar um novo EP, sequência do álbum “Conectados”, com três faixas inéditas, incluindo uma parceria com Péricles na canção “Em Qualquer Cama”; e celebra a inauguração do “Bar do Mumuzinho”, na Barra da Tijuca. E as surpresas não param por aí: já mirando o futuro, o artista anunciou um projeto em tributo a Roberto Carlos em versão samba, para 2026, que promete unir a sofisticação do rei ao balanço do gênero.

– Seu novo EP traz três faixas inéditas e conta com a participação especial de Péricles na música “Em Qualquer Cama”. Como foi essa parceria?
Eu tive o Péricles no meu primeiro trabalho. O Péricles cantando jazz, blues, é uma coisa. Agora, ele cantando samba romântico, é assustador. É algo absurdo de aprendizado. Você não sabe se canta ou se você fica olhando para ele, aprendendo. E o cara que tem uma voz única, é o Péricles. E “Em Qualquer Cama” tem um sentimento bem diferente para mim pelo fato de ser uma música difícil de cantar. Foi uma música que me exigiu muito estudo.
– Como você percebe sua evolução musical desde o álbum “Conectado” e qual foi o maior desafio na produção desse projeto?
“Conectado” trouxe modernidade em todos os sentidos, tanto visualmente quanto na música. Hoje, meu trabalho é muito mais tecnológico, e precisei me preparar vocalmente com um fonoaudiólogo para cantar e dançar ao mesmo tempo. O maior desafio foi a coreografia, pois cada música conta uma história e exigia performances com Bailarinos. Além disso, colocar esse DVD de pé foi desafiador, pois é um projeto gigante.
– O que mudou para você com essa nova gestão e maior controle sobre sua carreira?
Voltei a sonhar. Agora estou feliz porque depende mais de mim do que de ninguém. Quando você cuida diretamente do seu trabalho, com a sua Gestão, sua Equipe e toda a estrutura sendo montada, é totalmente diferente. Ao lado do Pablo, meu empresário, eu sendo dono do projeto e direcionando meu exército para trazer resultados para o Mumuzinho, a sensação é outra.

– Qual foi o ponto de virada que fez você perceber que era hora de investir mais pesado na carreira?
Eu quero fazer algo diferente, grandes Projetos. O “Conectado” foi só o primeiro projeto de tantos que eu vou fazer agora, grande, com investimento mesmo, pesado. Eu costumo dizer que agora eu quero deixar de viajar um pouco para a Europa, para os Estados Unidos, para comprar e gastar, (risos). Vou investir em música, porque foi o que me colocou nesse lugar.
– Recentemente você abriu as portas do bar do Mumu no shopping Aerotown, na Barra da Tijuca. Como surgiu a ideia do bar e qual a proposta do espaço para o seu público?
A gente já tinha um bar na Gávea, que foi um sucesso, mas eu queria um espaço maior, mais arejado, mais parecido com uma casa de show. Trabalhamos muito nesse novo bar, e quem cuida dele é meu irmão, Marcelo Batista. Eu vou lá para cantar um samba, tomar uma e encontrar os amigos.
– A inauguração contou com um show intimista e teve participações dos fãs. Por que quis reunir seus admiradores e o que eles representam para você?
Essa conexão mexe muito comigo, porque é como se eu estivesse reconstruindo tudo. Com outros projetos, acabei me afastando um pouco da música, então quis proporcionar esse momento no Bar do Mumuzinho para os fãs. O bar foi aberto só para eles, e o impacto foi enorme para mim também. Ver meus fãs ali, gente que me acompanha desde o primeiro CD, foi emocionante. O bar também tem esse propósito: me reconectar com o meu povo. Ter um bar é uma grande responsabilidade, porque a galera está toda junta ali, misturada. O bacana é poder entrar pela porta da frente normalmente, como fiz certo dia, e surpreender as pessoas. Eu falo com o público, brinco, tiro fotos, e isso faz toda a diferença. Ainda mais agora, com minha reconexão com a música.
– O Bar do Mumu será um espaço para novos talentos e artistas consagrados. Como você pretende dar essa oportunidade para quem está começando?
O Bar do Mumu com certeza vai receber tanto novos talentos quanto artistas consagrados. O mais importante é ter uma banda boa e um show impecável. Já indiquei alguns nomes para minha Equipe entrar em contato. A ideia é que o bar seja um espaço de oportunidade, assim como foram o Canecão, que revelou Elymar Santos, e o Barril 8.000, com o pagode do Arlindo. A casa é para a galera da música mostrar seu trabalho.
– Quais são as grandes inspirações da sua carreira e ainda há algum artista com quem sonha em fazer um feat?
Tenho muitas inspirações, sou um mix de tantos artistas incríveis, como Alcione e Alexandre Pires. Mas não posso esquecer do meu começo e da gratidão que tenho pelo Dudu Nobre e pelo Belo, que me apoiaram muito. O Bruno, do Sorriso Maroto, também foi essencial, me apresentou aos produtores e produziu meu primeiro trabalho. Hoje, minhas referências incluem grandes amigos como Thiaguinho, Péricles, Ferrugem, Rodriguinho e Belo. O pagode é minha grande escola.
– Quais são seus próximos projetos? Tem algo especial vindo por aí que você já pode adiantar para a gente?
Tem um projeto para o ano que vem: é uma homenagem para o rei Roberto Carlos. Vai ser muito lindo! Não posso dar muito spoiler, mas, eu tenho falado com o Roberto, a gente tem conversado e vem aí um projetão homenageando ele, em samba!