NOTÍCIAS

Leia a sinopse do Enredo da Gaviões da Fiel para o Carnaval 2026

Desenvolvido pelos Carnavalescos Rayner Pereira e Júlio Poloni, a Gaviões da Fiel levará para Avenida o Enredo “Vozes ancestrais para um novo amanhã”, em homenagem aos povos originários por toda luta e preservação da floresta e da vida.

Após apresentar o primeiro tema 100% afro de sua história, e ficar na terceira colocação (melhor resultado desde 2003, quando conquistou o seu quarto título), a “Torcida que Samba” promete fazer no sábado, dia 14 de janeiro, no Sambódromo do Anhembi, “um desfile que marcará a história do carnaval paulistano!”.

Leia a Sinopse

No princípio, era o sonho…

A vida tocava o meu rosto com seu vento;
banhava meu corpo com as águas límpidas dos rios que cortam a floresta.
O solo germinava a beleza e fornecia o sabor da eternidade.
O céu cristalino emoldurava a despretensiosa dança das plumagens.

Assim vivíamos no tempo do sonho.
Foi o que ouvi dos espíritos xapiri, quando imergi no transe de yakoana.
Um caminho de luz resplandeceu por entre as matas
e eles vieram até mim dançando com todo seu brilho e esplendor.

Em transcendência, ouço seu canto e suas histórias.
Eles me contaram que quem criou a floresta e os rios foi Omama;
quem formou as árvores e as plantas, as flores e as sementes;
quem concedeu todo esse paraíso fazendo de nós seus descendentes.

No seio da floresta construímos nossas malocas,
cantamos e dançamos com nossos filhos e mulheres nas festas da aldeia.
A terra, o céu, os rios, os animais, tudo em equilíbrio, tudo em seu lugar.
Trama perfeita de Omama que chamamos de lar.

Mas um dia no horizonte surgiu xawara.
Era o final do tempo do sonho e o começo do tempo da estrada.
Sobe a fumaça do metal, escorre a lama da ganância.
O ouro canibal devora o sonho e patrocina a matança.

A cruz que esteia o “progresso” desencarde a invasão.
Em nome de um vulgo senhor, rouba minha terra e profana meu chão.
E foi assim que a gente de Yoasi foi esvaziando a floresta de seus habitantes.
Desfilando suas máquinas à diesel sobre o nosso sangue.

O orvalho sumiu do véu das cachoeiras,
tantas histórias diluídas em meio às labaredas.
Sou Caeté, Cariri, Canindé, Tapajó, Guarani, Potiguar…
Meu corpo pereceu, mas minha memória ainda habita o maracá.

Eu sou a voz que ecoa da floresta,
sou a resistência dos povos originários.
Sou a luz da esperança que ainda nos resta,
sou o brado em defesa do nosso santuário.

Eu sou o retumbar do canto dos meus ancestrais,
sou a confluência de 305 povos que ainda hoje clamam por respeito.
Sou o vestígio de centenas de nações que foram extintas
e o vislumbre de um futuro que será refeito.

Eu transformo filosofia em lenda para que você entenda a minha história.
Nossos mitos são sagrados porque a tradição é a nossa escola.
Em cada conto, a nossa luta ganha imagem e poesia.
Ressoamos nossa voz através da nossa mitologia.

Se a Terra aquece feito brasa,
Aru balança o remo e traz brisa.
Quando das águas fiz brotar Tapiraiauara,
denunciei o descaso que a natureza vinga.

O brilho mortal da cobiça
reluz nos olhos da fera que emerge da terra.
Boiúna de fogo encandeia a noite
para os filhos de Anhangá vencerem a guerra.

No transe de rapé, a magia do pajé paira na aldeia.
Sua reza é forte e afugenta a morte cessando nossa dor.
Mil cobras aladas no clarão da lua cheia
devoram Xawara, o monstro devorador.

E assim, com mitos e lendas, vamos tecendo o nosso ideário.
A nossa visão de mundo é real porque é mítica,
mas nossa luta é tão poética quanto política.
Ainda sonhamos com um Brasil originário!

Respeite as vozes ancestrais que repercutem no Planalto
reivindicando a maternidade da Pátria-Mãe hostil.
Se há um marco temporal, este é 1500;
quando Pindorama não era Brasil.

Que as palavras de Sônia, Joênia, Célia e Juruna
demarquem seu pensamento devastado.
E a luta de Tuíre Kayapó, Raoni, Ailton Krenak, Davi Kopenawa e tantos mais
reflorestem seu coração colonizado.

Ouça a sabedoria que emana das matas,
o canto dos beiradões e o som das cascatas.
Reconhece tua cara, Brasil, e não se deixe mascarar
Teu sangue é caboclo e tua vocação é ser Guajupiá!

Ouça a minha voz no canto dos Gaviões!
Ela é flecha que atravessa o tempo, luz que ilumina gerações.
Se a floresta é a vida, a minha voz é guardiã.
Enquanto existir o povo indígena, ainda existirá o amanhã.

Redes Sociais / Gaviões da Fiel – SP

Gostou do conteúdo? Compartilhe!
EXPEDIENTE
*Fica registrado que todos os envolvidos neste site, e os demais que por ventura chegarão, são colaboradores, sem qualquer vínculo empregatício

Sambas Vila Isabel 2025

Sambas São Clemente 2025

Samba Campeão 2025

Samba Campeão 2025

Sambas Mangueira 2025

Sambas Salgueiro 2025

Sambas Viradouro 2025

Samba Barroca Zona Sul 2025

Samba Mancha Verde 2025

Samba Inocentes de Belford Roxo 2025

SAMBA OFICIAL - ESCOLHIDO

Samba Botafogo Samba Clube 2025

Sambas concorrentes Arranco 2025

Samba Estácio de Sá 2025

Sambas concorrente Unidos da Tijuca 2025

Sambas concorrente Portela 2025

SambaTuiuti 2025

Sambas concorrentes Beija-Flor 2025