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Zé Paulo dá show e Independentes vivem noite perfeita em Ensaio de Rua

Na busca por um Carnaval na parte de cima da tabela, a Mocidade fez mais um Ensaio de rua, na noite do último sábado, em Padre Miguel, que começou na tradicional Praça Guilherme da Silveira. A Escola fez seu treino para uma multidão que se espremeu na calçada, no início do Ensaio e viu o grande destaque ser a atuação do Intérprete Zé Paulo, que conduziu o Ensaio com maestria, ao lado de seu habilidoso Carro de Som. O Casal também mostrou seu talento na apresentação e a Comunidade cantou o Samba com força do início ao fim. A Verde e Branca será a primeira Escola da terça-feira de Carnaval (4 de março), com o Enredo “Voltando para o Futuro – Não há limites pra sonhar”, desenvolvido pelos Carnavalescos Renato Lage e Márcia Lage.

Tudo começou com o futebol. Na Praça Guilherme da Silveira, está o Estádio Moça Bonita, onde o Bangu fazia sua estreia no Campeonato Carioca contra a Portuguesa. No gramado deu tudo errado e o Bangu perdeu. E foi dessa forma que o vermelho deu lugar ao verde da Mocidade para acalentar os torcedores frustrados. Daí, quando se deu o apito final no campo, Mestre Dudu apitou para começar um Ensaio que daria tudo certo na pista. Se o céu estava nublado, abriu e a lua passou a brilhar ainda mais a noite Independente.

“Sabemos que estamos em um processo de construção de uma proposta nova de trabalho. Os Ensaios são para ajustes, e seguiremos assim até o Carnaval. Nosso Ensaio foi muito bom, uma emoção grande para nosso bairro, nossa Escola oriunda de um time de futebol, unir a torcida do Bangu saindo do Estádio a nossas Alas de Comunidade foi um momento mágico”, comentou o Diretor de Carnaval Mauro Amorim.

A começar pelo Casal, que sem a presença da Comissão de Frente, coube ao Pavilhão abrir o Ensaio. Eles são de uma finesse e de um primor que agrada muito assistir. De Ala a Ala, uma cantando mais forte que a outra, interagindo com o Samba. A classe dos Passistas sempre chama a atenção. Na Bateria, aquela aula do Mestre Dudu e seus talentosos ritmistas, mas a Rainha Fabíola Andrade não estava presente. No Carro de Som, o dono do show, Zé Paulo anda pelas Alas, agita o público e comanda a festa. Nem fez dois Desfiles e já ganhou o coração dos Independentes. Tudo isso, ao som de um coro leve, afinado e bastante entrosado.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Seguramente, o Casal que melhor usa o espaço disponível para a sua apresentação. Eles dançam por todas as direções, saboreiam a pista, mostram que estão se divertindo. Diogo Jesus e Bruna Santos fazem trabalho de excelência, com tudo milimetricamente calculado. Basta notar a distância que a Bandeira passa da cabeça do Diogo, nos giros da Bruna. É tudo impecável. Eles, que disseram já ensaiar com a Coreografia do Desfile, mostraram que o 40 está bem encaminhado.

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Harmonia e Samba

A Mocidade tem um Samba leve e muito agradável de ser cantado. Isso favorece a Harmonia da Escola, que tem um canto deslizante, linear, forte e, apesar do andamento mais cadenciado, vibrante. O refrão é, de praxe, o trecho mais gritado. Porém “Naveguei / No afã de me encontrar eu me emocionei” é um trecho muito querido para os desfilantes, que ainda abrem os braços para cantar. Não foi percebido nem queda no andamento do Samba e nem queda do canto, a menos nas partes que a própria melodia pede.

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“Nosso Ensaio é planejado e debatido durante a semana entre toda nossa Coordenação de Desfile para reproduzirmos exatamente o que faremos na Sapucaí, procuramos aprimorar a cada dia nosso trabalho, as quartas temos Ensaio de Canto na Quadra onde começamos a preparação e seguimos até sábado à noite no Ensaio de Rua”, explicou o Diretor de Carnaval Mauro Amorim.

Em atuação de gala na noite deste sábado, Zé Paulo conduziu o samba e regeu o público com aquela garra que o Mundo do Carnaval já conhece. Se algum Componente pensasse em cansar, o canto do Intérprete reconduzia a força na voz, com cacos e chamamentos, que ajudaram bastante na dinâmica do Ensaio.

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“Zé Paulo em tão pouco tempo construiu uma identificação com a Escola que é fruto de muito trabalho. Ele tem um papel fundamental no nosso processo. É um grande Profissional que tem uma linda carreira e merece todo nosso reconhecimento”, disse Mauro Amorim sobre o Cantor.

Evolução

Mais um Quesito que funcionou divinamente na noite deste sábado (11). O Andamento da Escola se deu na cadência do Samba. Com leveza, a Escola foi passando, deixando o gosto de que poderia durar mais o Ensaio de tão bom que estava, ainda que tenha limite de tempo para Desfilar. Não foi percebido buracos, correrias, Alas emboladas. Foi percebido o esforço dos Diretores de Ala e Harmonia para garantir a evolução pulsante e sem perder o canto. Funcionou bem.

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Outros destaques

A Mocidade faz de seu Ensaio um show e ela tem o molho para isso. Pioneira nos espetáculos pirotécnicos na Rua, só ela solta fogos no meio do Ensaio, precisamente, na altura da marcação do segundo módulo de julgadores, durante a apresentação da Bateria. A ação dá um gás extra no público e nos Componentes. É um clímax de arrepiar, com ajuda do toque envolvente da Não Existe Mais Quente, que enfileira atuações magistrais.

Outra parte que merece destaque é o Arrastão após a última Ala. Quem teve essa ideia conseguiu dar ao público mais que apenas assistir uma grande apresentação. O público participa e ganha de presente andar atrás a Bateria da Mocidade. Não tem coisa melhor para quem saiu de casa para curtir um espetáculo em verde e branco.

Fotos: Allan Duffes/Redes Sociais/Mocidade Independente de Padre Miguel

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