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Xande de Pilares assina Samba do Salgueiro para o Carnaval de 2025; veja a letra

O Salgueiro já tem seu Samba-Enredo para o Carnaval do ano que vem. Escolhida no último fim de semana, a composição da Agremiação tem Xande de Pilares entre os autores, além de Pedrinho da Flor, Betinho de Pilares, Renato Galante, Miguel Dibo, Leonardo Gallo, Jorginho Via 13, Jefferson Oliveira, Jassa e W. Correa.

Em 2025, a Vermelho e Branco tijucana apresentará na Avenida o enredo “Salgueiro de corpo fechado”, com Jorge Silveira como carnavalesco e Igor Ricardo como enredista.

Outras duas escolhas escolheram seus sambas para 2025 no fim de semana: Viradouro e Mocidade. Em comum, as duas elegeram composições que têm o músico Paulo César Feital entre os autores.

O samba-enredo da escola de Niterói, que foi campeã do Grupo Especial do Rio em 2024, foi escolhido na madrugada desta segunda-feira (14), em uma festa na quadra. A escolha do samba da Mocidade foi no último sábado (12). Já a escolha do samba-enredo do Salgueiro foi na sexta-feira (11).

Paulo César Feital assina a composição da Viradouro com Inácio Rios, Marcio Andre Filho, Vitor Lajas, Vaguinho, Chanel e Igor Federal. A escola vai levar à Sapucaí no próximo ano o enredo “Malunguinho: o mensageiro de três mundos”, assinado pelo carnavalesco Tarcísio Zanon.

Festa na quadra da Viradouro: samba de Feital (segundo à direita) foi escolhido para a disputa de 2025 — Foto: Thais Brum

Na Mocidade, Feital está entre os compositores do samba que embalará o desfile do ano que vem, com o enredo “Voltando para o futuro, não há limites pra sonhar”, desenvolvido pelos carnavalescos Márcia e Renato Lage. A composição tem ainda entre os autores Cláudio Russo, Alex Saraiça, Denilson Rozario, Carlinhos da Chácara, Marcelo Casanossa, Rogerinho, Nito de Souza, Dr. Castilho e Léo Peres.

— Essas duas escolas me aceitaram com muita gentileza, muita delicadeza. São duas escolas apaixonadas. A parceria com Viradouro e Mocidade me leva de volta ao sentimento que eu tinha aos 16 anos, quando pulava carnaval — disse o sambista Paulo César Feital, que começou a carreira de compositor de sambas-enredo em 2016, com “O Alabê de Jerusalém, a saga de Ogundana!”, já pela Viradouro.

A Viradouro foi campeã do carnaval 2024, e Feital é otimista quanto à possibilidade de um novo triunfo na Avenida no ano que vem:

— Com a Viradouro é sempre possível. Escola profissionalíssima. O Marcelinho Calil (presidente da escola de samba) é um técnico, Viradouro doente. Bota a escola para ensaiar mil vezes.

Para a disputa de 2025, no entanto, Feital afirma não ter favorito.

— Aí eu fico em uma encruzilhada! Acho que são dois sambas diferentes, de muito potencial. O samba da Mocidade é um samba mais aberto, com refrão que vai pegar. Já o da Viradouro é uma macumba melódica. Meus parceiros na obra da Viradouro são melodistas e letristas de grandes virtudes. Não tenho preferido — afirma o músico, autor de sucessos como “Saigon”, que já teve músicas suas gravadas por nomes como Alcione, Beth Carvalho, Chico Buarque e Milton Nascimento.

Samba-enredo do Salgueiro para 2025: “Salgueiro de corpo fechado”

Prepara o alguidar acende a vela

Firma ponto ao sentinela, pede a benção pra vovô

Faz a cruz e risca a pemba

Que chegou exu pimenta e a falange de xangô

Tem erva pra defumar, carrego o meu patuá

Adorei as almas que conduzem meu caminho

Ê mojubá Marabo invoque a lua

Que o povo da encruza não vai me deixar sozinho

Sou herança dos malês, bom mandingo e arisco

Uso a pedra de corisco pra blindar meu dia a dia no tacho arruda e

Alecrim ooo!

Bala de chumbo contra toda covardia

Tenho a fé que habita o sertão, de Lampião, o cangaceiro

Feito moreno eu vou viver, mais de cem anos, no meu Salgueiro

Sou espinho qual “fulô” de macambira

Olho gordo não me alcança

Ante o mal a pajelança pra curar

Sempre há uma reza pra salvar

O nó desata, liberdade pela mata

E os mistérios do axé, meu candomblé

Derruba o inimigo um por um

Eu levo fé no poder do meu contra egum

Salve Seu Zé, que alumia nosso morro

Estende o chapéu a quem pede socorro

Vermelho e branco no linho trajado

Sou eu malandragem de corpo fechado

Macumbeiro, mandingueiro, batizado no gongá

Quem tem medo de quiumba, não nasceu pra demandar

Meu terreiro é a casa da mandinga

Quem se mete com o salgueiro acerta as contas na curimba

Samba-enredo da Viradouro para 2025: “Malunguinho: o mensageiro de três mundos”

Acenda tudo que for de acender

Deixa a fumaça entrar

Sobô nirê mafá, sobô nirê

Evoco, desperto, nação coroada

Não temo inimigo

Calopo na estrada, a noite é abrigo

Transbordo a revolta dos mais oprimidos

Eu sou caboclo da mata do catucá

Eu sou pavor contra tirania

Das matas, o encantado

Cachimbo já foi facão amolado

Salve malungueiro, juremá

Ê juremeiro, curandeiro oh!

Vinho da erva sagrada, eu viro num gole só

Catiço sustenta o zeloso guardião

Capangueiro da jurema

Não mexe comigo, não

Entre a vida e a morte, encantarias

Nas veredas da encruza, proteção

O estandarte da sorte é quem me guia

Alumia minha procissão

No parlamento das tramas

Para os quilombos modernos

A quem do mal se proclama

Levo do céu pro inferno

Toca o alujá ligeiro, tem coco de gira pra ser invocado

Kaô, consagrado

Reis malunguinho encarnado

Pernambucano, mensageiro, bravio

O rei da mata que mata quem mata o Brasil

A chave do cativeiro, virado no exu trunqueiro

Viradouro é catimbó, Viradouro é catimbó

Eu tenho corpo fechado, fechado tenho meu corpo

Porque nunca ando só

Samba-enredo da Mocidade para 2025: “Voltando para o futuro, não há limites para sonhar”

A luz que nos chega da estrela primeira

Nascida do pó no Cruzeiro do Sul

Do plasma divino das mãos carpinteiras

Ressurge candeia no breu nesse azul

Será que o limbo da imaginação

Perverte a inteligência

O homem com sua ambição

Desconhece a razão desatina a ciência

Será que há de ter carnaval, sem minha cadência?

Com alas em tom digital

No fim da existência

Me diz afinal quem há de arcar com as consequências?

Se a mocidade sonhar

No infinito escrever

Versos a luz do luar, deixa!

Quando o futuro voltar

A juventude vai crer

Que toda estrela pode renascer

O verde adoecido da esperança

Ofega sobre o leito da cobiça

Quem vive pelo preço da cobrança

Derrama sua lágrima postiça

Fogo matando a floresta

Bicho morrendo no cio

Febre no pouco que resta

Secam as águas do rio

E a vida vai vivendo por um fio

Naveguei…

No afã de me encontrar eu me emocionei

Lembrei da corda bamba que atravessei

São tantas as viradas desta vida

A mão que faz a bomba se arrepende

Faz o samba e aprende

A se entregar de corpo e alma na avenida

O céu vai clarear

Iluminar a Zona Oeste da cidade

E Deus vai desfilar

Pra ver o mago recriar a Mocidade

Divulgação: Extra On Line Rio

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