A Viradouro realizou no dia 23 de outubro a Gravação Oficial de seu Samba-Enredo para o Álbum das Escolas de Samba de 2025 no Century Estúdio. A atual Campeã do Carnaval levará para a Avenida em busca do Bicampeonato o Enredo “Malunguinho – Mensageiro de três mundos”, do Carnavalesco Tarcísio Zanon. Mestre Ciça, responsável pela “Furacão Vermelho e Branco”, comentou sobre o andamento colocado na obra, as Bossas pensadas para a Gavação e como é para ele estar presente em mais uma Gavação do Álbum das Escolas de Samba.
“Coloquei 140 BPM (batidas por minuto) que foi combinado entre Diretor Musical, Direção de Carnaval, e entramos no acordo. As Bossas principais guardamos para o Desfile. A Gravação sempre é para apresentar o Samba, fizemos uns breques, isso é normal. O sentimento é de chegar até onde eu cheguei com a Viradouro. São 37 anos de Gavação de Samba-Enredo em vários estúdios que eu já passei. O sentimento de muito orgulho que eu tenho. Eu não fico melhor, não sou melhor, mas eu acho que contribui muito nessa relação, Ciça, Carnaval, Samba, Bteria, isso não tem preço”.
Hugo Bruno, diretor musical da escola, explicou sobre a criação do arranjo e do uso de alguns instrumentos na faixa da escola, relacionados a Recife: “O enredo é do povo de Recife, de uma religião do Recife. Nós trouxemos de diferente a maraca, que é como se fosse um chocalho, um xiquerê, e trouxemos o ilú, um atabaque. Pensei em algo regional para o arranjo, com cavaquinho, mais cordas, instrumentos de percussão, dentro do enredo, não quis enfeitar tanto, porque como é uma gravação, tem a voz do Wander, que já deixa o samba muito bonito. Eu preferi pegar uma coisa bem regional”.
Alex Fab, Diretor de Carnaval, falou sobre o que espera da Gravação da Escola para o Álbum, desejando que ela mantenha a energia vista na Final, destacando também o que mais chama a atenção dele na Obra. “Espero que ela continue trazendo a mesma energia que a gente sentiu na final. O Wander tinha feito uma Pré-Gravação com os três Sambas Finalistas e a gente já sentia que, na voz dele, o samba trazia uma energia bem no caminho que a gente quer, enquanto Desfile, e proposta de Enredo. A expectativa é que a gente consiga manter essa energia, esse pulso, e que seja o início de um grande processo. O Samba tem trechos que certamente mexem com o inconsciente coletivo, porque eles passam uma mensagem bem clara. Eu gosto da energia que João Batista, que Malunguinho, representa nesse Samba”.
Wander Pires, Intérprete da Vermelho e Branco de Niterói, contou a preparação para chegar ao dia da Gravação, destacando a importância de sua Fonoaudióloga, Djeniffer Santos, em todo o seu processo para cuidar da voz. “Eu tenho a minha Fono, não canto dois, três dias antes. Estou bastante descansado, durmo, uma noite de sono bem dormida para o Cantor é maravilhosa. Como as minhas maçãs. A preparação é uma coisa que levo muito sério, mas no final de tudo a gente colhe um bom resultado para cantar busco misturar um pouco das duas, técnica e emoção. Não sei se é por causa da melodia, mas a letra também envolve muito. É difícil eu cantar e não me emocionar com o que eu estou fazendo, com algumas partes que o Samba me propõe. Sabemos da potência da Escola”.
Inácio Rios, um dos Compositores da Obra, falou sobre todo o processo de acompanhar a Gravação do Samba e quais emoções vinham à tona durante esse momento. “É a realização de um sonho de infância. Eu sou criado em Niterói e já tinha ganho Samba, mas nunca na Viradouro. É uma Escola que é campeoníssima, maravilhosa, essa potência. Acho que a mensagem toda que o Malunguinho traz com o Enredo é importante. É um samba que promete muito, tem sido muito aceito, na crítica, as pessoas gostam do Samba, acham diferente”.
Fotos: Matheus Morais/Redes Sociais/Viradouro