A Imperatriz Leopoldinense divulgou, nesta segunda-feira, o título de seu próximo Enredo: “ÓMI TÚTÚ AO OLÚFON – Água fresca para o senhor de Ifón”. Depois de 46 anos, a Rainha de Ramos volta a abordar a temática afro-religiosa ligada à mitologia dos orixás como eixo principal. O último Desfile Leopoldinense tendo um orixá como protagonista foi em 1979, com a lenda de Oxumaré, assinado por Mário Barcellos e Caetano Costa.
Agora, sob o Comando de Leandro Vieira, a Escola apresenta o mito Iorubá (itã) que narra ida de Oxalá ao reino de Xangô. No descortinar da história, o artista vai abordar as intercorrências do percurso e os desdobramentos religiosos que ainda hoje são realizados em reverência ao orixá “Deus da Criação” em função do conteúdo expresso no itã.
O desejo de fazer uma Imperatriz Leopoldinense de contornos estéticos africanizados é uma antiga vontade do carnavalesco, que pensou em dedicar-se ao tema já em sua estreia na Escola, em 2023. Na ocasião, optou pela Literatura de Cordel, na saga de Lampião em busca de morada no céu ou no inferno. O Desfile rendeu o título de Campeã do Carnaval carioca após 22 anos de jejum. Vice-Campeão com a cigana Esmeralda no último Carnaval, o artista se mostra animado com o trabalho rumo a 2025.
“Esse Enredo é um antigo desejo meu. E na Imperatriz pude encontrar um terreno fértil nos anseios de meus parceiros de trabalho e nos desejos da Comunidade que sempre que podiam me pediam essa Imperatriz mergulhada num ambiente de sonoridade e visualidade preta. Tá sendo feliz pra mim e pra eles. Isso faz toda a diferença”, conta Leandro.
O Carnavalesco destaca ainda a vibração dos companheiros de trabalho após a escolha do Enredo.
“Vi a ideia ser recebida com muito entusiasmo de todos, da Presidência aos meus companheiros de jornada, e especialmente a Comunidade. Não à toa, diante de tanto entusiasmo coletivo, os desenhos estão adiantados, a setorização do Desfile tá concluída, a Sinopse em vias de ser finalizada e as alegorias do último Desfile já estão sendo desmontadas no barracão que já se estrutura para pensar aquilo que virá”, revela o Carnavalesco.
Arte: Antonio Vieira/Divulgação Imperatriz Leopoldinense