A Estação do VLT em frente a Cidade do Samba, na Zona Portuária do Rio de Janeiro, foi reinaugurada com o nome de “Cidade do Samba Tia Ciata”, na tarde desta terça-feira, em homenagem a histórica mãe de santo que ajudou a fomentar o Samba Carioca na região da Pequena África através de encontros de sambistas em sua casa, em um tempo onde o Samba era marginalizado pelo Estado. Ela, que é uma das grandes Matriarcas do Samba, ganha esta homenagem no ano do centenário de seu falecimento.
O ato de “batismo” foi marcado pela homenagem a memória de Tia Ciata e toda a sua resistência, e contou com a presença de Gracy Mary Moreira, bisneta de Tia Ciata, e da equipe da Casa de Tia Ciata mantida pela família da Matriarca na região da Pequena África, e por onde é fortalecido o legado de Tia Ciata, através de atividades culturais e formativas voltadas ao Samba. Também presentes, a Vereadora Thais Ferreira (PSOL), autora da lei que mudou o nome da Estação, representantes do VLT, e integrantes das Escolas de Samba.
Gracy Mary ressaltou a importância de sua bisavó e de outras mulheres negras para o surgimento e a resistência do Samba e dos sambistas no início do século passado destacando como essa homenagem abrange também a diversas mulheres negras da historia da cidade.
“É o reconhecimento de uma mulher que foi a frente do seu tempo, e eu fico muito feliz com isso e quero outras homenagens também. Este ano é o cenetenário de Tia Ciata e teremos várias ações em torno disso, e essa é uma delas. A gente tem que massificar e mostrar quem foi essa mulher e a importância dela pra esse terriório da Pequena África, e a gente vê que não é só hoje, é o tempo todo que se respira Tia Ciata nesse território, falando sobre ela, refletindo as ações que ela tomou, essas acões afordiaspóricas. Quando a gente fala de mulher empreendedora, mulher de axé, mulher de atitude, mulher com assistência social, a gente se remete a Tia Ciata também. É uma valorização a Tia Ciata e a todas as mulheres negras que desbravaram esse país”.
Gracy Mary contou também sobre a valorização da memória da cidade através de nomes como o de Tia Ciata e outras Matriarcas.
Foto: Matheus Morais/Redes Sociais/Prefeitura do RJ