O corpo da carnavalesca Rosa Magalhães é velado, na tarde desta sexta-feira (26), no Palácio da Cidade, em Botafogo, na Zona Sul do Rio. A cerimônia acontece até as 16h e é aberta ao público.
O enterro será às 16h30 no Cemitério São João Batista, também em Botafogo, mas em cerimônia restrita a familiares e amigos próximos.
Rosa morreu na noite desta quinta-feira (25), aos 77 anos. Ela foi vítima de um infarto. Campeã absoluta da avenida, Rosa colecionou sete títulos ao longo de mais de 50 anos de Carnaval.
Um dos primeiros a chegar ao local foi o carnavalesco e comentarista dos desfiles das escolas de samba da TV Globo, Milton Cunha.
“Primeiro, a alegria, a honra, a sorte nossa de ter convívio com uma mulher dessa qualidade. Ela trazia suas referências e grandes histórias para a Sapucaí. Ela é motivo de orgulho para nós sambistas, nós da cultura popular. Ela deixa a prova que você estudando, se organizando, vira um grande artista. Deixa um buraco enorme no nosso coração. Obrigado, professora, a senhora foi o máximo. Vai na luz.”
Escolas como Portela e Mocidade, a Ação da Cidadania e várias personalidades ligadas ao mundo do samba, como Kátia Drummond e Leandro Vieira, da Imperatriz, enviaram coroas de flores.
João Vítor Araújo, atualmente na Beija-Flor, foi carnavalesco da Paraíso do Tuiuti, e assinou com Rosa o último carnaval dela, em 2023: “Mogangueiro da cara preta.”
“Eu acho que todos os carnavalescos tiveram a Rosa como fonte de inspiração. Todos nós artistas tivemos essa inspiração para que no futuro estivéssemos aqui. O Brasil perde a maior artista popular de todos os tempos”, disse Araújo.
O jornalista e amigo Fábio Fabato definiu a carnavalesca como uma artista do tamanho de Portinari e Tarsila do Amaral, pela sua forma de contar histórias como só os brasileiros conseguem.
“Existe uma forma brasileira de narrar, que é o desfile de escola de samba. E ela foi simplesmente a melhor. Se a gente pode definir quem foi a Rosa Magalhães: uma descobridora dos Brasis que às vezes não nos contam”.
Também prestam homenagens carnavalescos de várias agremiações.
A Velha Guarda da Imperatriz Leopoldinense levou a bandeira da agremiação pela qual Rosa Magalhães conquistou cinco títulos como carnavalesca: 1994, 1995, 1999, 2000 e 2001.
Cinco anos depois, com a morte de Viriato Ferreira, Rosa passou a assinar sozinha o carnaval da Imperatriz Leopoldinense. A carnavalesca fez história na escola, conquistando cinco títulos (1994, 1995, 1999, 2000 e 2001).
O último título foi em 2013, na Unidos de Vila Isabel. Em 2023, Rosa foi carnavalesca no Paraíso do Tuiuti, conquistando o oitavo lugar.
Além do Carnaval, Rosa venceu um prêmio Emmy na categoria figurino pelo trabalho na abertura dos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de Janeiro.
Já em 2016, a carnavalesca foi responsável pela cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos do Rio. A festa teve Martinho da Vila cantando “Carinhoso” e muito samba.
Rosa também trabalhou como cenógrafa de várias novelas e séries da TV Globo.
Divulgação: g1