A Cidade do Samba foi palco, na noite da última sexta-feira (22) e madrugada de sábado (23), da Final do Concurso da Corte do Rio Carnaval 2025. O espaço, que teve entrada gratuita, ficou lotado e o resultado saiu por volta das 4h. Antes, o grupo Pique Novo agitou os presentes. Para a folia do ano que vem, além do Rei Momo, Rainha e Princesas, pela primeira vez, a Riotur acrescentou Musos LGBTQIA+ e Cidadão Não Binário, totalizando sete Integrantes na Corte de Momo.
Eleitos
Caio César Dutra, 28 anos, foi Reeleito Rei Momo, ela é cria da Estação Primeira de Mangueira. Thuane de Oliveira Rosário Werneck Maria Ribeiro, da Vila Isabel, foi eleita Rainha. A primeira Princesa é Rhuanda Monteiro (Mangueira), 27 anos, e a segunda Princesa é Jessica Almeida (Força Jovem Vasco), de 33 anos. Luis Otávio (Salgueiro), de 25 anos, foi Eleito o Muso, Bianca Mourão (Beija-Flor), 29 anos, ganhou como Musa e Lucas Antonio Valentim da Silva (Mangueira), 29 anos, venceu na categoria Cidadão não Binário. A premiação varia de R$ 32,5 mil a R$ 45,5 mil.
Para o Presidente da Riotur, Patrick Corrêa, a nova Corte reflete a representatividade do Carnaval carioca e do Concurso. “Chegamos ao fim deste concurso com um enorme sentimento de orgulho. Foram diversas etapas até a escolha dessa nova composição. A partir de agora serão sete Integrantes a representar toda a magia do Carnaval carioca em Eventos nacionais e internacionais. A Corte Real 2025 celebra o início de uma nova era, de alegria, de inclusão e sobretudo de diversidade”, disse.
“Essa vitória é a Coroação de toda minha ancestralidade que me trouxe até aqui e construiu essa ponte para que fosse possível representar as mulheres, negras, retintas e todas que, assim como eu, sonharam em estar aqui. A esperança de vitória sempre carrego comigo. Diferente do ano passado, que participei e fui finalista, esse ano trouxe a vontade de vencer, que é bem típica do meu povo de Noel (da Vila Isabel). Fiz isso como um objetivo, foquei, deu um leve nervoso, quando ouvi meu nome não acreditei, mas aos poucos a ficha vai caindo. O plano do que fazer com o prêmio, de leve, é dar entrada em uma casa. Vamos ver se vou conseguir. Essa vitória não é só minha, mas de todo mundo que foi incansável nessa luta para que eu chegasse no palco, bem, alegre e bonita. Meu primeiro legado é fazer essas pessoas vencerem comigo. O carnaval 2025, para mim, será a representatividade. Mostrei que é possível vencer”, disse Thuane.
Caio César Dutra falou da dificuldade que teve em decidir disputar a reeleição e depois da vitória poder celebrar novamente o posto de Rei.
“É ums sensação incrível vencer novamente. É muito difícil subir nesse palco para defender o mandato. Coloca em jogo tudo que fez em um ano inteiro. Tem que ter muita coragem. Confesso que em alguns momentos, não por não acreditar em mim, mas fiquei cabisbaixo. Tinha muita vontade de continuar. Quero deixar um legado, ter muito mais carinho e paixão pelo Carnaval. Será muito melhor 2025 do que foi em 2024. A premiação tento separar para fantasia, roupa, sempre em prol do Carnaval”.
Rhuanda Monteiro, eleita primeira Princesa, falou que estar na Corte do Rio Carnaval 2025 é uma honra e que é necessário ter coragem para disputar o Concurso.
“A sensação de vencer é uma honra. Literalmente, a gente se sentir vitoriosa. Estar na Corte Momesca é grandioso. Pisar no palco é um ato de coragem. Tem que estar disponível para muita coisa. Desejo para o Carnaval 2025 que a gente seja muito unidos e felizes. Sermos parceiros. Ainda não tenho planos para usar o valor da premiação. Agora, eu quero movimentar o Carnaval, como esse Concurso movimenta todos”, comentou.
Segunda princesa para o Carnaval 2025, Jessica Almeida comentou que a conquista foi construída com muito apoio e trabalho. Ela ressaltou a diversidade da Corte da Folia do ano que vem.
“A vitória é a concretização de um sonho, não só meu, mas de apoiadores, amigos, familiares. É a possibilidade de incentivar outras mulheres e meninas para subirem nesse palco em outros anos. Eu não sabia que ia ganhar, mas estava muito confiante. Trabalhei muito para esse dia. Os Foliões esperam a corte dedicada. Quando veio o resultado foi a concretização de todo o trabalho. Ainda não sei o que vou fazer com o prêmio, mas sei que vai vir em bom momento, poderei investir nos meus estudos e me empenhar integralmente na Corte do Carnaval 2025. Nossa corte é diversa, o carnaval significa diversidade e temos algo concreto disso para apresentar para todos os foliões”, comentou.
Lucas Antonio Valentim da Silva, foi eleito o cidadão não binário, comentou o sentimento da vitória e a entrada na Corte do Carnaval carioca.
“A vitória foi a resistência da nossa classe. Pude representa a nossa Comunidade. Ela que se abraça, acolhe e movimenta muito o Carnaval. Tinha confiança, acreditava em mim, porque para pisar no palco da Cidade do Samba é preciso ter coragem. Quando anunciaram meu nome como vencedor senti um mix de alegria, emoção, e até medo, porque vou representar minha Comunidade e todos os Foliões. Tenho certeza que será maravilhoso. Ainda não sei o que vou fazer com o valor do prêmio, que estar sempre bem vestido, e algumas coisas em casa. Vejo que esse título que conquistei é a minha transformação”, afirmou.
Entre os critérios da eleição constam pontos como sociabilidade e facilidade de expressão; simpatia e espírito carnavalesco; harmonia de linhas físicas e domínio da arte de sambar. Luis Otávio, eleito o muso, e Bianca Mourão, a musa, falaram da conquista.
“Estou orgulhoso do trabalho que entreguei. Dei aquilo queria. Me sinto Campeão para mim mesmo e para todo o público que trago comigo”, disse ele.
“É gratificante vencer. Um sonho. Representei minha Escola, a Beija-Flor, que confiou em mim. É realizador. Quero ver todo o Concurso. Vou traçar metas para tentar realizar todas”, finalizou ela.
Foto: Matheus Morais/RioTur/Cidade do Samba