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Bem na fita! Componentes, público e personalidades exaltam o Samba de 2025 do Paraíso do Tuiuti

O Samba composto por Claudio Russo e parceria caiu nas graças do público que conferiu o lançamento oficial, no início de agosto, na Cidade do Samba. O Enredo que por si só já traz uma força e uma manifestação política e social, será embalado por uma obra que também carrega essa potência contra os preconceitos.

“É incrível que uma Escola de Samba tenha a ousadia de escolher para o seu Enredo trazer à tona, para o Brasil e para o mundo inteiro, a travestilidade como ponto central de um espetáculo tão grande, que é de fato difundido e repercutido pelo mundo afora. Então é trazer as travestis e as pessoas trans para um local para além da marginalidade, é trazer as travestis e as pessoas trans para esse local de admiração, de respeito, colocando a gente num local de humanização, devolvendo e reparando as injustiças e violências que Xica passou e que tantas outras continuam passando. É muito corajoso e incrível que a Tuiuti tenha esse Enredo e esse Samba Enredo que hoje a gente pode ouvir ao vivo e foi realmente algo que conecta a gente, as pessoas trans e trazem para o público geral, uma mensagem muito importante de respeito”, disse Yara Canta, de 30 anos, que se esbaldou ao som do Samba Enredo de 2025.

Um dos destaques no show da Escola no palco da Cidade do Samba foram as Baianas que entraram com um sorriso de orelha a orelha e o Samba na ponta da língua. Como a Valtair Ferreira, de 67 anos, que já está há três anos como Baiana do Paraíso do Tuiuti e teve até uma filha Porta-Bandeira da Escola.

“Adorei o Enredo, mais um ano a minha Escola com um Enredo corajoso e bonito na avenida. E para melhorar tem um Samba desse, que todo mundo da ala adorou e já estamos cantando. Eu adorei o Samba todo, do começo ao fim, vamos dar um show na avenida com ele”, contou Valtair.

“O Samba é lindo, mais um samba de respeito na nossa Escola. Vamos entrar com tudo na Sapucaí. Adorei a parte que fala ‘Meu Tuiuti / Que o Brasil da terra plana, / Tenha consciência humana / Chica vive na fumaça’.”, declarou a também Baiana Maria Vilani Santos, de 70 anos, 10 deles desfilando como Baiana do Tuiuti.

No palco e discursando, a representante da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), Bruna Benevides, exaltou a coragem da Escola em ter Xica Manicongo como Enredo.

“E com muito orgulho, nós podemos dizer que esperamos mais de 100 anos para este Evento acontecer. São mais de 100 anos esperando que uma sala de Samba olhasse para nossa Comunidade. E que nossa Comunidade, que todo mundo saiba onde está, na esquina da prostituição e ninguém se incomoda com a nossa presença. O incômodo acontece quando queremos ocupar as Escolas, quando nós queremos estudar, quando queremos ocupar o parlamento. E nós estamos aqui hoje para dizer que no Carnaval não cabe discriminação. A Tuiuti dá um passo gigantes, e com todo respeito às demais Escolas, vão ter que correr muito atrás, porque nós estamos falando de reparação, reparação a Comunidade Trans e Travesti”, declarou Bruna, que contribuiu com a pesquisa de Cláudio Russo na composição do Samba.

Divulgação: Redes Sociais/Paraíso do Tuiuti

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